Redes sociais

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A VEZ DO POETA com Edvaldo Bronzeado

VERSOS ABSURDOS

Edvaldo Bronzeado


São José desceu o monte
Amuntado numa jia,
ele e Virge Maria.
Seu Chico o sinhô me conte
O que viu no horizonte,
Como foi o seu dia-a-dia.
Por trás da pedagugia
Eu cumi um javali.
Tire esse bicho daqui.
Tiradente já dizia.

O meu cumpadre me conte
O que comeu de manhã.
Comeu quarenta maçã
Deitado no pé-da-ponte.
Vou buscar água na fonte.
Mode molhar o seu colo.
Os caranguejo eu esfolo
Com um quicé amolado.
Seu padre tome cuidado.
Com a profundeza do solo.

Onde mora a cobra choca
Mora também a princesa.
Deixei quatro vela acesa
Num furico de minhoca.
Umas quinze tapioca,
Eu vi Dom Pedo comer.
Depois vi ele acender
Um charuto de taboca,
Num camião de paçoca
Azeitada no dendê.

O meu nome é conhecido
Nas budega de Belém.
Cheguei de Jeruzalém
Num carro de boi molhado.
Ai prantei meu roçado
Colhi duzentos bozó.
Não tem cantador milhó
Do que Zeca Teixeira.
Já negociei na feira
Muita cobra de cipó.

Com a Princesa Izabé
Eu dancei em Limoeiro.
Não tem bicho mais ligeiro
Do que vaca no quarté.
Os home só mija em pé
As mulé acocorada.
Espora, calça rasgada,
Bacamarte, lazarina.
Viva Tereza Cristina
Rainha da vaquejada.

Atrás de vaca entojada
Meu cavalo se perdeu
Quando o Sol se escondeu
Por detrás da carne assada.
Não foi o Sol não foi nada
Foi uma bola de grude.
Tomei banho no açude
Pra me limpar dos pecado.
Nabuco foi meu cunhado.
Eu quiz morrer mas não pude.

Jesus Cristo assentou praça
Na puliça militar
E se casou no Ingá
Com uma moça sem graça.
Pru favor você me faça
Um guizado de cutia.
Na luz da melancunia
Eu votei num deputado.
A vocês muito obrigado
Adeus, inté outro dia.

1 Comentários:

  1. Eita poesia absurda!
    tinha que ser você Edvaldo
    meu padrinho itinerante.
    Matei a saudadeeeeeeeeee
    felicidade e muita saúde pra voce Edvaldo! Lourdes Alves

    ResponderExcluir

GOSTOU DA POSTAGEM? DEIXE O SEU COMENTÁRIO.