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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

DOR DE UM PALHAÇO - Poeta Felipe Júnior



Confetes, doces, pintura,
Mascarados, mascaradas
Sem contar a formosura
Das fantasias douradas.
O palhaço da sinal…
É chegado o carnaval
Com frevo, passo e folia.
Põe a toca avermelhada
E co” uma roupa engraçada
Vem nos trazer alegria.

Pinta a boca de batom
Rodeando até o nariz;
Na voz busca um belo som,
Gritando pro povo diz:
“Rá, rá, rá chegou a festa
Que é de forma bem modesta
Festança boa demais.
Aproveitem com vontade
Pois é ou não é verdade
Amanhã Deus é quem faz”

E todos no mesmo passo
Fazem coreografia
Amarrados por um laço
Vão aproveitando o dia.
O povo todo sorrindo
Frevando num passo lindo…
Mas o tempo é tão fugaz
Que a noite fez despedida…
Porque as coisas dessa vida
Passam depressa demais.


O povo sai, fica mudo
Volta pro seu lugarejo
O palhaço lembra tudo
Que terminou por lampejo.
Ninguém fala do viver
Só vendo a terça morrer
E a quarta-feira chegando.
As lembranças que ficaram
Logo, logo dispersaram
Pra os que estavam ali brincando.

O palhaço busca a hora…
Vê que é por volta das duas;
Pega a roupa, vai embora
Andando só pelas ruas.
A vida que nunca espera
Voltou ao que sempre era
E, com ingenuidade,
Sentindo o triste mormaço…
Aquele alegre palhaço
Voltou pra realidade.


Poeta Felipe Júnior

1 Comentários:

  1. Que belo poema, Felipe. Uma homenagem a todos os palhaços, de profissão ou não. Abraço

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