Desde que se lançou candidato ao governo estadual, em maio, o senador Jarbas Vasconcelos nunca ameaçou o favoritismo do governador Eduardo Campos. Manteve em seu melhor momento cerca de um terço de intenções de voto, mas de lá para cá só fez cair. Apostava na vitória de Serra para presidente a fim de se tornar o seu principal interlocutor em Pernambuco, deixando o senador Sérgio Guerra em plano secundário. Não houve acerto prévio com o eleitor e o sonho foi para o espaço.
Hoje, com menos de 20% de intenções de voto, segundo a última pesquisa do Datafolha, o senador peemedebista amarga em Pernambuco o seu pior momento político e eleitoral. Foi abandonado por várias lideranças dos quatro principais partidos que formam sua coligação, devendo sair dessas eleições politicamente menor do que quando entrou, ou seja com menos de um terço dos votos que é o patamar mínimo que todos os candidatos de oposição obtiveram em Pernambuco de 1982 para cá.
Malgrado a situação de adversidade em que se encontra, vendo Eduardo Campos com 73% de intenções de voto e ele com apenas 17%, o senador não admite mudança em seu guia eleitoral. Considera-o “bem feito e propositivo” e não vê razões para alterá-lo. Como o guia lhe pertence, e ele não tem satisfações a dar a ninguém, continuará apostando num modelo de estratégia que até agora não deu resultado: o da promessa de reduzir o imposto do celular pré-pago e de levar água de graça para todos.
Anfitrião – Após giro por 11 municípios do Agreste, Inocêncio Oliveira desembarca hoje em Serra Talhada para receber Eduardo Campos, Humberto Costa e Armando Monteiro Neto. O prefeito Carlos Evandro (PR), que é eleitor de Marco Maciel, só vota em Humberto.
Dois lados – A política em São Lourenço está polarizada entre os dois candidatos da terra a deputado estadual: Vinicius Labanca (PSB) e Jairo Pereira (PSDB). Vinicius, filho do atual prefeito, Ettore, disputa votos com Jairo, que clinica na cidade e já foi prefeito 3 vezes.
Símbolos - Embora sejam tidos, digamos, como “demodês”, os símbolos do PCdoB (a foice e o martelo) podem ser vistos à exaustão nos muros de Pesqueira. O responsável pela pintura é o policial federal Augusto Simões, candidato a deputado estadual e sobrinho do padre Adilson Simões (Arcoverde). A família, oriunda de Alagoinha, faz política no Sertão há muitos anos.
Time dos ex – O Pajeú é a microrregião sertaneja onde há mais ex-prefeitos engajados na campanha de Jarbas Vasconcelos: 8. Votam no peemedebista José Lopes (Itapetim), Francisco Dudu (Brejinho), Teógenes Araújo (Santa Terezinha), Paulo Jucá (São José do Egito), Giza Simões (Afogados da Ingazeira), José Francisco (Carnaíba), Rosalvo Sampaio e Josete Amaral (Tabira).
Em casa – Nascido e criado no Alto José do Pinho, o ex-vereador e candidato a deputado estadual, Clóvis Corrêa (PHS), chegou atrasado à caminhada que Eduardo Campos fez lá, 6ª passada, mas não perdeu a viagem. Distribuiu 6 mil DVDs com os moradores do bairro.
Martírio – O vice-governador João Lyra Neto ainda não está totalmente recuperado da paralisia facial de que foi vítima há 16 meses. Apesar de estar em campanha à reeleição, ele faz fisioterapia três vezes por semana e perde um tempo enorme com esse tratamento incômodo.
Em paz – O prefeito tucano de Carpina, Manoel Botafogo, já admitiu que morrerá em paz se vir seu filho Josafá, negro como ele, trajando paletó e gravata para tomar posse na Assembleia Legislativa como deputado estadual. Manoel era pedreiro em Lagoa do Carro e virou político por acaso. Impugnaram a candidatura de sua irmã, Judite, em 1996, e ele se candidatou no lugar dela.
Sigilo – Como diz o ministro Guido Mantega (fazenda), quebra de sigilo fiscal em nosso país não é novidade. Candidatos a cargos eletivos são obrigados a entregar à Justiça Eleitoral sua declaração de bens. No dia seguinte, os tais “dados sigilosos” aparecem na imprensa, não raro com conotação de escândalo.
Carga toda – Em campanha para a Câmara Federal, o deputado Augusto Coutinho (DEM) resolveu priorizar Caruaru onde está fazendo dobradinha com o ex-prefeito Tony Gel (DEM), que é candidato a estadual. Da votação que obtiver na capital do Agreste, dependerá em grande parte o seu “salto” para Brasília.
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