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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Raimundo de Moraes e seu Elegíaca

Caros

O poema Elegíaca (que está no Tríade) recebendo mais uma premiação: a seleção nacional do Prêmio Canon de Poesia, 50 poetas de todo o país reunidos em edição a ser lançada ano que vem.


Foi um grande funil: mais de 3 mil obras inscritas, o que consolidou o Prêmio Canon como um dos concorridos do Brasil, apesar de não ter retorno financeiro para os 50 selecionados, apenas a publicação dos poemas.

Abs. ;)

RM



ELEGÍACA

A palavra é a minha quarta dimensão.
Clarice Lispector


Segui os passos
da menina de Tchetchelnik.
Dez luas passaram flechadas por Sagitário
maçãs no claro ofertam-se de tanta maturação:
ensanguentadas, reluzem. Balançam lustres
em din-dlens de poeira suja.
Aqui
a Praça Maciel Pinheiro
circunda o Tempo.
O casarão 387
é agora insípido e laranja
(mas vi entre uma e outra janela
a menina sorrir para mundos distantes).
Longe
as esquinas de Nápoles Berna Torquay Washington.
(As esquinas do mundo são iguais
quando punge à solidão
a lembrança de tudo que fomos).
Corro pelos caminhos de mais um solstício
a cidade ergue-se em dóricas faiscantes
escaravelhos brotam da terra
e no rosto eslavo
pupilas pulsam quasars.
É por ti:
elevo-me à tua memória.
Candelabros iluminando a noite
o Kaddish arrebanhando os perdidos como nós
- percorro os caminhos da mulher de Tchetchelnik.
O olhar oblíquo.
A boca rubra.
A safira no dedo.
A Estrela de Mil Pontas
rompendo gargantas. É Palavra.
Aponta Sagitário mais uma seta em riste.
Agora, sabeis: no coração selvagemente livre.

Salve 9 de dezembro.

Raimundo de Moraes

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