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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

REPENTES E GLOSAS por Pedro Fernando Malta

Manoel Filó

No sertão, quando chovia,
Se via na região
Lindos rosários de orvalho
Sob os galhos de algodão
E um pingo em cada folha
Das latadas de feijão.

* * *

Miro Pereira

O meu pai não tem estudo
Mamãe é analfabeta
Eu pouco fui à escola
Somente Deus me completa
Com esse sublime dom
De repentista e poeta.

* * *

Severino Nunes Feitosa

Eu vou subindo e descendo
Sem rumo e sem direção
Como cigano perdido
No meio da multidão
Limpando o suor do rosto
Nos panos do matulão

* * *

Antonio Marinho

Morre o dia a noite surge
À hora do pôr-do-sol
Soluçando a vaca muge
Procurando outro arrebol
É quando o poeta chora
Recordando nesta hora
Um dia dos dias seus
E olhando para a velhice
Saudoso da meninice
Envia à infância um adeus.

* * *

Zé Galdino

Infância foi ilusão
Por quem por ela passou
A velhice é um museu
Que o tempo fabricou
Pra guardar as fantasias
Que a juventude deixou.

* * *

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