Manoel Filó
No sertão, quando chovia,
Se via na região
Lindos rosários de orvalho
Sob os galhos de algodão
E um pingo em cada folha
Das latadas de feijão.
* * *
Miro Pereira
O meu pai não tem estudo
Mamãe é analfabeta
Eu pouco fui à escola
Somente Deus me completa
Com esse sublime dom
De repentista e poeta.
* * *
Severino Nunes Feitosa
Eu vou subindo e descendo
Sem rumo e sem direção
Como cigano perdido
No meio da multidão
Limpando o suor do rosto
Nos panos do matulão
* * *
Antonio Marinho
Morre o dia a noite surge
À hora do pôr-do-sol
Soluçando a vaca muge
Procurando outro arrebol
É quando o poeta chora
Recordando nesta hora
Um dia dos dias seus
E olhando para a velhice
Saudoso da meninice
Envia à infância um adeus.
* * *
Zé Galdino
Infância foi ilusão
Por quem por ela passou
A velhice é um museu
Que o tempo fabricou
Pra guardar as fantasias
Que a juventude deixou.
* * *
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