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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

UM VERSO NO CANTO

Por Raimundo Floriano

Nonato Costa glosando o mote:

Sepultura é a única residência
Que não cobra aluguel do morador


Pra quem vai prestar contas a Jesus
Tem pra sempre gratuita uma morada
E como símbolo na porta de entrada
Tem o nome do dono numa cruz
Não tem conta de água nem de luz
Não precisa avalista ou corretor
E Deus perdoa seu saldo devedor
Quando o banco da vida abre falência
Sepultura é a única residência
Que não cobra aluguel do morador.

* * *

Zé Cardoso glosando o mote:

Eita mulher ciumenta
Esta que casei com ela

Quando ela me vê na rua
Com uma amiga conversando
Já chega me perguntando
Quem era aquela perua
É bem namorada sua
Chama a moça de cadela
Zarolha, torta, banguela
Preta, pobre e fedorenta
Eita mulher ciumenta
Esta que casei com ela.

* * *

Valdir Teles glosando o mote:

Meu passado infantil não foi bonito
Mas eu tenho prazer em recordar.


Lá em casa não tinha geladeira
Guarda roupa sofá nem energia
Tinha um pote revendo água fria
enfiado em um gancho de madeira
O chapeu de papai andar pra feira
E as roupas da gente passear
Por não ter um cabide pra botar
Pendurava em um gancho de cambito
Meu passado infantil não foi bonito
Mas eu tenho prazer em recordar.

* * *

SEMENTE DA POESIA
Daudeth Bandeira, em 08/08/2004

Ninguém conhece o feitio,
nem o formato do grão
desse sublime embrião,
que eu tanto cultivo e crio,
faço da mente um baixio
já pronto para plantar,
aí começo a pensar,
brotam frutos de repente.
A POESIA é semente
que nasce em qualquer lugar.

Engrandece qualquer mote,
se amolda em qualquer local,
de um palácio imperial
às quebradas de um serrote,
no sermão de um sacerdote,
quando prega no altar,
no ébrio dentro do bar
saboreando aguardente.
A POESIA é semente
que nasce em qualquer lugar.

O semeador Apolo
encontrou cérebro fecundo
em qualquer lugar do mundo
sem preferência de solo;
uma criança de colo
pode ser um exemplar
de quem veio a cultuar
essa divina vertente.
A POESIA é semente
que nasce em qualquer lugar.

Está no mar e na terra,
ao dispor de qualquer classe,
e quando o poeta nasce,
essa porta se descerra,
qual um mineiro na serra,
que começa a garimpar,
produzir e burilar
a jóia da sua mente.
A POESIA é semente
que nasce em qualquer lugar.

* * *

Oliveira de Panelas glosando o mote:

Quem tem terra nem planta e nem trabalha
Quem trabalha não tem onde plantar.


Esta é a tarefa necessária,
Tem que ser nossa Pátria reformada
Ou se faz no Brasil reforma agrária
Ou a Nova República não fez nada.
Tem que haver mais semente e mais enxada
E mais espaço pro pobre trabalhar.
Qualquer um que quiser se recusar
Vai saber quanto custa uma batalha,
Quem tem terra nem planta e nem trabalha
Quem trabalha não tem onde plantar.

Ninguém quer a riqueza de ninguém,
Pois existe a riqueza abençoada
Mas a terra que está desocupada
Tem que ser produtiva para alguém,
Quem não tem, busca terra de quem tem,
E quem tem terra sobrando tem que dar.
Que faz medo uma raça se armar
De cacete, peixeira e de navalha
Quem tem terra não planta e nem trabalha
Quem trabalha não tem onde plantar.

Uma Pátria só pode está segura
Quando o povo tiver o que comer,
E o governo também compreender
Que ninguém se lamenta na fartura,
E é melhor investir na agricultura
Que fazer uma usina nuclear,
Aviões de combate militar,
Baioneta, fuzil, bomba e metralha,
Quem tem terra não planta e nem trabalha
E quem trabalha não tem onde plantar.

Sou também da viola um camponês,
Pois não tenho fortuna nem terreno
O espaço que tenho é bem pequeno
Talvez seja igualzinho o de vocês,
Porém quando é chegada a minha vez
Minha ânsia é gritar desabafar…
Basta ter multidão pra me escutar
Para mim já ganhei uma medalha,
Quem tem terra nem planta e nem trabalha
Quem trabalha não tem onde plantar.

Quando Deus fez a terra, o nosso chão,
Fez o homem pra nele viver bem,
Não passou escritura pra ninguém
Que a terra é da própria criação.
Se vocês tem da terra precisão
Esta terra é preciso conquistar,
Que ninguém é cavalo, nem muar
Pra viver de cabresto e de cangalha
Quem tem terra nem planta e nem trabalha
Quem trabalha não tem onde plantar.

Não senhores não pode, não aceito
Ver o homem sofrido um infeliz,
Uma grande reforma no País
É preciso fazer de qualquer jeito,
Todo homem que nasce tem direito
Um pedaço de terra pra morar,
Ou ainda é preciso apregoar
Que ninguém enche o bucho com migalha,
Quem tem terra não planta e nem trabalha
Quem trabalha não tem onde plantar.

* * *

João Paraibano glosando o mote:

Se não fosse a viola, o que seria
dos lamentos do povo do sertão.

A viola é a flor da minha planta,
no momento que durmo, ela me acorda,
admiro o baião de cada corda,
misturado com os gritos da garganta,
a viola tem cinta como santa,
enfeitando um andor de procissão,
passa a noite gemendo em minha mão,
completando o meu pão de cada dia.
Se não fosse a viola, o que seria
dos lamentos do povo do sertão.

Entendi que nasci para cantar,
sou liberto da forma de um canário,
eu sou pobre e me julgo um empresário,
defendendo a cultura popular,
quando canto um galope a beira-mar,
um martelo, sextilha ou um mourão,
como é lindo inspirar-se num baião,
num poema ou Coqueiro da Bahia.
Se não fosse a viola, o que seria
dos lamentos do povo do sertão.

A viola que amo a todo instante,
eu não posso esquecer essa viola,
é com ela que eu cruzo a fazendola,
me tornei pois até judeu berrante,
o seu corpo me serve de amante,
sua capa me serve de colchão,
o seu braço machuca a minha mão,
mas sou franco na sua companhia.
Se não fosse a viola, o que seria
dos lamentos do povo do sertão.

Eu dou muito obrigado à natureza
e à viola que estou tocando nela,
esse grito que tem a minha goela,
e essa voz que liberto estando presa,
quando quero fartura em minha mesa,
troco noites de sono pelo pão,
quando quero ouvir som, toco um baião,
quando quero um repente, a mente cria.
Se não fosse a viola, o que seria
dos lamentos do povo do sertão.

1 Comentários:

  1. Não sabemos qual o motivo nem tampouco qual o objetivo buscado com a maldosa postagem acima das “limerescas” estrofes atribuídas à nossa autoria, no mote “a poesia é semente que nasce em qualquer lugar”.
    Se foi por falta de conhecimento do nosso trabalho, recomendamos que leia os livros “Vale dos Versos”, “Nas Águas da Pesia”, “Dias d´Versos”, de nossa autoria, e tantas outras publicações em que temos participações, bem como artigos e pugnas virtuais, além de CDs, LPs e outras, tome conhecimentos das nossas produções em poemas e canções cantados por todos cantadores do Nordeste, e verá que o nosso estilo é bem diferente do retratado na postagem referida!
    Se for com o fim nos dirigir uma agressão gratuita, sugerimos que mencione a despeita e diga o que quer direta e pessoalmente!
    Se foi apenas com a intenção de brincar, advertimos que não nos conhecemos o bastante para tal coisa, e o autor da tal postagem poderá está incorrendo num dos crimes arrolados pela lei contra a delitos na informática e internet.

    Espero que nova postagem seja feito no sentido de desdizer o que foi postado e pedir desculpas; senão, tomarei outras medidas!





    Poste o correto, se tiver interesse:


    SEMENTE DA POESIA
    Daudeth Bandeira, em 08/08/2004

    Ninguém conhece o feitio,
    nem o formato do grão
    desse sublime embrião,
    que eu tanto cultivo e crio,
    faço da mente um baixio
    já pronto para plantar,
    aí começo a pensar,
    brotam frutos de repente.
    A POESIA é semente
    que nasce em qualquer lugar.

    Engrandece qualquer mote,
    se amolda em qualquer local,
    de um palácio imperial
    às quebradas de um serrote,
    no sermão de um sacerdote,
    quando prega no altar,
    no ébrio dentro do bar
    saboreando aguardente.
    A POESIA é semente
    que nasce em qualquer lugar.

    O semeador Apolo
    encontrou cérebro fecundo
    em qualquer lugar do mundo
    sem preferência de solo;
    uma criança de colo
    pode ser um exemplar
    de quem veio a cultuar
    essa divina vertente.
    A POESIA é semente
    que nasce em qualquer lugar.

    Está no mar e na terra,
    ao dispor de qualquer classe,
    e quando o poeta nasce,
    essa porta se descerra,
    qual um mineiro na serra,
    que começa a garimpar,
    produzir e burilar
    a jóia da sua mente.
    A POESIA é semente
    que nasce em qualquer lugar.

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