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terça-feira, 10 de novembro de 2009

AQUI E ACOLÁ - A Fala do Editor


SÃO JOSÉ DO EGITO, BERÇO IMORTAL DA POESIA? – PARTE I


Ortega Y Gasset dizia que o homem é aquilo que ele é somado as suas circunstâncias. De fato, quando criança eu vivia em outro mundo. Não o mundo do imaginário infantil, e sim o mundo que estava em minha volta.

Os tempos vividos em Patos-PB, terra onde nasci, não foram suficientes para me apaixonar por aquela terra... ora, duas semanas de nascimento a gente não entende o que é paixão. Duas semanas. Isso mesmo.

Meu pai, Zé da Rede, nas idas e vindas de um vendedor de redes, já tinha um terreno em São José do Egito desde 1974 (meu nascimento se deu em 08/1982). O tempo era outro. Passei até os 17 anos em São José do Egito para então aventurar-me a buscar novos sonhos. Os tempos eram outros. Naquele tempo em “São Zé” falava-se nos repentistas, escutava-se o Valores da nossa terra (programa extinto da Rádio Cultura AM), conversava-se poeticamente ... e como os tempos mudaram.

Cancão se foi... Seu Lourival... Jó... mais um... outro... depois outro... e se foi Catota.

Em São José do Egito, falava-se na morte da poesia e do repente... no fechamento do ciclo poético do Pajeú... na queda do Berço e num Berço Mortal.
Os tempos mudam...

Quem vai a São José do Egito hoje, vê uma cidade organizada, graças ao empreendimento da atual gestão nos últimos 6 anos. Quem viu a transição dos governos (Zé Marcos x Evandro Valadares), sabe que a cidade estava no caos. Desolada. Arruinada. Escura (tão escura que o prefeito Marquinhos chegou na calada da noite recolhendo documentos e sumindo da prefeitura. Isso mesmo, sumindo com mala, cuia e dinheiro... depois, aprendi que o nome disso é ROUBO QUALIFICADO). Os tempos mudam... e mudam mesmo, porque hoje Marquinhos é diretor do DNIT e vive muito bem em Brasília-DF.

Uma coisa é sabida: As coisas mudam com os tempos.

Tudo volta a ser o que era. Vemos muito bem essa moda juvenil chamada retrô. Em “São Zé” não é diferente, em se tratando de política. Zé Marcos volta e Evandro faz o mesmo que fizeram os outros: transformar São José do Egito em caos. O poder morto e a cultura morta. O Governo se mostrou sentimentalista a morte dos poetas. Morreu a poesia e o repente... se morreram os poetas repentistas, morre também a cultura. Não vale a pena investir naquilo que já morreu. São José do Egito está fazendo isso muito bem. Não vê a nova geração de poetas que abrilhantam a poesia em terras distantes, e que levam sempre o nome daquele reduto. Não vale a pena investir naquilo que já morreu... será?

Enquanto o prefeito e seus vereadores ficam debatendo sobre qual será o novo percentual de aumento de seus salários no próximo mês, a cidade clama por investimentos (e não sobras) na cultura, no saneamento, na “tapação” dos buracos, na saúde...

Que coisa...


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