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sábado, 22 de maio de 2010

BATE-PAPO com Dedé Monteiro


O quadro Bate-Papo entrevista Dedé Monteiro que fala sobre o sertão, a poesia popular e os incentivos culturais.


FJ - Dedé, a cidade de Tabira se destaca hoje pelo vigor em defesa da cultura através dos seus poetas e artistas. O que é a APPTA e qual o seu principal objetivo?

DM - A APPTA (associação dos poetas e prosadores de Tabira) é um grupo de poetas e apologistas que é doido por poesia e música da boa, e que resiste bravamente em defender, cultivar e divulgar a cultura pajeuzeira, pernambucana e nordestina, especialmente no que ela possui de mais puro e genuíno: o repente, a poesia popular, o cordel.

FJ - A APPTA tem algum recurso financeiro para manter uma sede ou parceria com políticas públicas em eventos de natureza popular?

DM: Não, a APPTA não tem sede própria e se reúne no Salão Paroquial. Suas atividades são realizadas nas praças, escolas, povoados e emissoras de rádio. Recebíamos uma subvenção da prefeitura, mas foi suspensa há quase um ano. Cada sócio dá, mensal e voluntariamente, uma ajuda em dinheiro para as pequenas despesas que aparecem. A entidade tem um terreno e está em campanha pra construir a sua sede, aceitando e agradecendo contrubuições pela conta bancária nº 7.06l-0 – agência 2699-9 – Banco do Brasil.

FJ - Qual a sua visão da presença cultural da poesia há 10 anos atrás, comparando com o nosso cotidiano?

DM: De um modo geral (com suas exceções, é claro), o cantador de viola tornou-se mais profissional, e o cordelista, o contador de causos e o poeta popular ganharam mais apoio e aceitação, especialmente nos grandes centros, como é o caso do Recife. A discriminação também diminuiu muito. Infelizmente, a grande mídia e o público jovem ainda não abraçam de cheio essa faceta cultural tão importante e tão mais educativa do que o lixo musical que aliena a nossa juventude desavisada.

FJ - Existe uma esperança para a poesia popular frente ao efeito devastador da “fuleragem music”?

DM: Nesse confronto, a poesia popular parece um fusquinha batendo de frente contra a carreta dessa “fuliragem”. Acho que tempo e a educação (a verdadeira) se encarregarão de ir passando a borracha nesses borrões e a poesia popular vai seguindo em sua marcha feliz e despretensiosa, já que nossa maior meta é a alegria da alma humana.

FJ - O Pernambuco é uma terra multicultural. Como você analisa o multiculturalismo presente no sertão do Pajeu?

DM: Aqui no Pajeu, o multiculturalismo também existe, mas não com a mesma força da capital e algumas outras cidade pernambucanas. Serra Talhada e Solidão têm o xaxado; Tuparetama, os pernas de pau; Carnaíba, a música; Triunfo, os caretas (papangus); Tabira, São José, Itapetim e Santa Terezinha têm grupos de dança e de teatro. Acho que isso é muito bom, pois mostra que o estado é um só, em todos os aspectos. 

2 Comentários:

  1. Dedé Monteiro é um gênio da poesia popular, um mestre que deve ser ouvido e lido por toda esse geração de novos poetas e por todo mundo.
    Felipe Junior é um poeta dos bons que está mostrando o seu talento sempre mais a cada dia.
    Que bela entrevista!

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  2. Este blog está cada dia melhor. parabéns poeta Felipe Júnior por mais esse quadro.

    Vicente Araújo -Bauru/SP

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