Redes sociais

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

PROSENADO NA SOMBRA DO JUAZEIRO com Carlos Aires

SENSAÇÃO DE LIBERDADE!!!

Quem como eu, nasceu e se criou em meio a natureza desfrutando as delicias da vida campestre sabe quanto é gostosa a vida sertaneja, mesmo enfrentando seca, dificuldades financeiras, carência de escolas e transporte a vida no campo tem aquele cheiro de mato e aquela sensação de liberdade permanente respirando aquele ar puro.

Que traz o perfume das flores campestres, aquele banho de açude depois de tomar um leitinho quente tirado na hora do peito da vaca.

Isso são sensações que quem viveu esses deliciosos momentos jamais esquecerá mesmo se afastando daquelas terras que lhe proporcionava essas maravilhas e passando a viver em grandes cidades não se acostumarão com essa movimentação estranha, barulho, buzina transporte coletivo superlotado à correria nas estações de trem e de metrô, respirar um ar poluído enfrentar todos os entraves da “selva de pedra”, pra vida pacata de um sertanejo isso é insuportável.

Recordando a vida sertaneja fiz o poema abaixo relatando tudo de quando vivi nesses sertões e senti toda essa felicidade.

QUANDO VIVI NO SERTÃO

Na lembrança está guardado
A memória não deleta
Por mais que seja discreta
Se encontra tudo gravado
Lembro papai no roçado
Plantando milho e feijão
E de mamãe no pilão
Pilando café torrado
São retratos do passado
Quando vivi no sertão


Nas manhãs ainda opacas
Papai já estava de pé
Fazia logo um café
Ia desleitar as vacas
Entre as fortes e as fracas
Fazia uma seleção
E melhorava a ração
Da vaca mais desnutrida
Era assim a minha vida
Quando vivi no sertão

A bezerrada correndo
No pátio da fazendola
Quando ia pra escola
Parece que estou vendo
A cachoeira gemendo
O relâmpago e o trovão
Alegrava o coração
E nos trazia esperança
Guardo tudo na lembrança
Quando vivi no sertão

E mamãe de manhãzinha
Levantava-se ligeiro
Corria pra o galinheiro
Soltava pinto e galinha
No terreiro da conzinha
Jogava milho no chão
Era aquela confusão
Galinha pra todo lado
Foi assim que fui criado
Quando vivi no sertão

Saía pra pegar palma
Na jumenta encangalhada
Levava cada espinhada
Que doía até na alma
Tinha que manter a calma
Pra segurar o facão
Quando cortava ração
E para o gado espalhava
Era assim que eu trabalhava
Quando vivi no sertão

Daquela vida campestre
Ainda sinto saudade
Quando há possibilidade
Vou visitar o agreste
Essa parte do nordeste
Mora no meu coração
E sinto satisfação
Ver o progresso chegando
Mas continuo lembrando
Quando vivi no sertão

CARLOS AIRES 18/03/2008

0 Comentários:

Postar um comentário

GOSTOU DA POSTAGEM? DEIXE O SEU COMENTÁRIO.