Redes sociais

domingo, 31 de janeiro de 2010

A HORA DA POESIA por Pedro Fernando Malta

Pinto do Monteiro


Acho graça a mocidade
Não querer envelhecer.
Velho ninguém quer ficar,
Moço ninguém quer morrer,
Sem ser velho não se vive,
Bom é ser velho e viver.


* * *


João Paraibano


Faço da minha esperança
Arma pra sobreviver,
Até desengano eu planto
Pensando que vai nascer
E rego com as próprias lágrimas
Pra ilusão não morrer.


Há três coisas nesta vida
Que Deus me deu e eu aceito:
A terra para os meus pés,
A viola junto ao peito
E um castelo de sonhos
Pra ruir depois de feito.


* * *


Geraldo Amâncio


Um sertanejo não quer
Secar as tripas e os ossos
Pra viajar vende os troços
Cadeira, prato e colher
Chorando abraça a mulher
Dizendo não chore não
Quando acabar sequidão
Volto correndo eu prometo
A seca pintou de preto
As cores do meu sertão


* * *


Louro Branco


Quando eu vi perecendo a minha horta
E o açude sem água na parede
Um garrote com fome e outro com sede
Uma vaca doente e outra morta
Eu falei vou partir por essa porta
E se o inverno voltar retornarei
Mas se a seca render não voltarei
Que no chão sem ter água ninguem mora
Quando a seca chegou eu fui embora
Do sertão que nasci e me criei

0 Comentários:

Postar um comentário

GOSTOU DA POSTAGEM? DEIXE O SEU COMENTÁRIO.