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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

BAÚ DE ESTÓRIAS com Paulo Moura



Em meados do ano de 2011, fui contactado por uma professora da rede pública da cidade de Serra Talhada, seu nome Magda Wacemberg. A mesma, que havia conhecido meu trabalho na Bienal e na Feneart e através de eventos outros publicados na internet, me convidou para dar uma entrevista para alunos do 2º e 3º ano da Escola Irmã Elizabeth.
Tentando inovar, logo ao receber o conteúdo da entrevista por email, tive a idéia de respondê-la toda em forma de versos de seis ou de sete linhas. O resultado não poderia ter sido outro, a turma gostou tanto da matéria que publicou num jornal que eles mesmo idealizaram chamado IE NOTICIAS. Foi um sucesso.
Depois de publicado, a Profª Magda me convidou para proferir uma palestra acompanhada com oficina de cordel, num evento que teve o nome de CHÁ DE CORDEL, onde além da minha apresentação, tivemos uma mesa redonda, na verdade um bate papo, eu e o escritor Anildomá Willians, amigo de longas datas, onde falamos para os jovens da importancia da Literatura de Cordel nos dias atuais.

Abaixo, deixo para os apreciadores, o conteudo da entrevista, toda respondida em Cordel.

Um abraço a todos!
O que é ser cordelista?
Ser cordelista é ser
Um ser que constantemente
Tira de dentro do seu peito
Aquilo que sofre e sente
Sabendo poetizar
Consegue se expressar
De uma forma diferente
Quando e como surgiu seu interesse pelo Cordel?
Acho que tudo surgiu
Com a ajuda do destino
Aprendi com o meu pai
Um matuto nordestino
A ler versos de cordel
Daí virei menestrel
Ainda muito menino
Quem ou o que o influenciou a escrever?
O que me influenciou
A escrever poesia
Foram os velhos repentistas
E os folhetos que eu lia
As Cantigas de viola
Que eu ainda criançola
De vez em quando assistia
Você teve algum apoio quando iniciou a arte do cordel?
Quem me apoiou foi o sol
Se pondo por trás do mar
Foi a chuva que descendo
Faz esse chão se irrigar
Foi escutar Gonzagão
Ouvir Xudú, Jó e Cancão
Um bom verso improvisar
Como surge sua inspiração para escrever os cordéis? Já criou algum para impressionar alguém?
A inspiração me surge
Quanto quero demonstrar
O meu sentimento puro
A minha forma de amar
Também já fiz poesia
Pr’uma musa, certo dia
Só para lhe impressionar
Você tem quantas obras publicadas?
Tenho folhetos escritos
E editados também
Uns versos ficam guardados
Pois pouca valia tem
Na mente, tenho trezentos
Escritos, mais de duzentos
Publicados, mais de cem
Em sua opinião, qual a importância da literatura de cordel na cultura brasileira?
A poesia de Cordel
Tem o traço popular
É o jeito nordestino
Do povo se expressar
Por isso é tão importante
Essa arte, preservar.
Você acha que as gerações atuais valorizam a literatura de cordel? De que forma?
Conheci grandes poetas
Que hoje não vivem mais
Mas temos novos talentos
Pessoas especiais
Felipe, de São José
Caio, Mariana, Dedé
E o grande Dudú Morais
Todos esses que citei
São poetas por inteiro
Valorizando a poesia
Do rincão Pajeuzeiro
Fazendo a Literatura
De Cordel, de forma pura
Viajar o mundo inteiro.
Qual é o seu cordel preferido?
O meu cordel preferido
Demarcou a minha sina
Dos mais de cem que escrevi
Esse, muita coisa ensina
Pois fala de um triste drama
Da Garota de programa
Gabriela Pequenina.
Toda vez que o recito
Onde quer que eu possa estar
Deixo alguem emocionado
Vejo o povo suspirar
Até em mim mesmo sinto
U’a vontade de chorar

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